segunda-feira, 30 de março de 2009

Reflexão


A danada de pernas curtas!


Eu minto



Tu mente



Ele mente... E por aí vai. O correto é que todos nós por um fato ou por outro já mentimos, às vezes em coisas comuns do dia-a-dia cometemos essa falha. E é invão dizer que não iremos mentir contudo, só cometemos mais uma falta com a verdade.
Fazemos por coisas simples, por capricho, por brincadeira, pra livrar alguém da verdade que pode machucar, mas o fato é que sempre mentimos...


hÁ ALGUNS que acostuma tanto com a mentira que até acreditam nela...


como dizem...


"Na boca de um mentiroso até a mais pura verdade se torna mentira"
"Mas podem ter certeza que daqui pra frente não vou mais mentir!!....






Marcos Moreira

quinta-feira, 26 de março de 2009

Teatro





"A Alma Boa de Setsuan" com
Denise Fraga





Com texto montado por Bertolt Brecht há anos atrás aqui no Brasil.. A peça entra em cartaz com nada mais nada menos que DENISE FRAGA, personalidade marcante da TV E DO TEATRO brasileiro, com traços fortes em temas de humor. "Uma comediante pra ninguém botar defeito" (MM)
A mesma peça foi protagonizada a exatos 50 anos pela atriz Maria Della Costa (1958) agora Denise Fraga, faz uma revisão do espetáculo, colocando sua essência e seu carisma.
A peça narra a vida de uma alma boa, três deuses descem à Terra e descobrem Chen-Tê (DENISE FRAGA). Como recompensa, dão-lhe um saco de dinheiro.
O presente, porém, só irá trazer dissabores à heroína, que passará a ser explorada por todos à sua volta. Para sobreviver a tantos infortúnios, a personagem se divide em duas e cria um outro personagem. Parte sua seguirá como uma mulher generosa e gentil. Já a outra porção irá se transformar no duro e inflexível Chuí-Ta, um investidor capitalista que serve de contraponto à sua piedade sem limites.

"Uma comediante pra ninguém botar defeito" MM


"Trazendo para o nosso dia-a-dia, podemos perceber que é impossivel sermos "Bonzinhos" o tempo todo, ou ao menos dá para perceber o que se passa com algumas pessoas que tem a dificuldade de dizerem NÃO."...
"Como eu por exemplo,( é verdade) as vezes me prejudico de alguma forma para agradar alguém. será que talvez isso seja falta de confiança e nós mesmos? Em impor limites para determinadas ocasiões? Ou será que damos uma de papai do céu que pode ajudar tudo e todos o tempo todo (rsrs)".


Marcos Moreira

segunda-feira, 23 de março de 2009

Entrevista

A vida fácil que não é tão fácil assim

“Como não tenho nada para fazer, ganho a vida me prostituindo”


Por: Marcos Moreira

Esses dias cheguei tarde em casa. Meu Deus tava muito tarde para quem é acostumado a voltar no máximo à meia noite. Bom eu cheguei por volta das duas da manhã, estava em uma festa que havia acontecido na casa de uma ex-colega da faculdade. Fui embora da festa com dois colegas, sendo que um deles me pediu carona até o centro da cidade, eu sempre gentil, disse que não teria problema algum pois o local que questão era meu caminho de ir embora.
Pois bem deixando meu colega em sua casa reparei que em algumas ruas próximas haviam aglomerações de rapazes, perambulando de um lado para o outro. Neste momento meu celular tocou (um caso antigo), comecei a conversar no celular e fiquei ao longe estacionado reparando os jovens. Como a conversa demorou “horrores” deu para perceber que além desses rapazes ficarem amontoados alguns davam voltas nos quarteirões, e ao longe dava para ver alguns carros parando e eles (os garotos) iam de encontro até estes, alguns rapazes entravam, outros apenas conversavam ou davam sinal de até logo.
Bom neste momento eu já não tinha dúvida alguma do que se tratava né? Afinal eu não sou tão burro assim. O problema é que nunca vi tantos garotos de programas num só local, teria talvez um nome propício para o coletivo deles? Matilha? Ou bando ? sei lá no ensino fundamental só aprendi os mais comuns, e tinha certeza que os mencionados a cima não seriam, mas não vem ao caso.
Aproximei-me, desci do carro, isso deveria ser uma hora da manhã por aí, e um jovem me perguntou se eu desejaria algo, indaguei o que ele estava fazendo ali naquele horário, ele imediatamente me respondeu que “ganhando a vida”. Eu na tentativa de entrar no universo dele puxei assunto. Perguntei se morava ali perto ele disse que não, e que havia chegado na cidade há cerca de três meses, vindo de outro estado.
Bate papo
O rapaz com o nome Flávio (fictício, ou profissional talvez) me relatou que começou a fazer programas ainda na juventude, na época com a idade de 16 anos já dormia com alguém para receber alguns trocados, hoje já com 25 anos contou que não pretende sair dessa vida.
Porque?
Porque segundo ele não encontra nenhum emprego na cidade. Para ele o fator preponderante de ter entrado no universo da prostituição nem foi tanto a falta de emprego, mas sim a falta de dinheiro para consumir drogas.
Vindo de uma família de cinco irmãos, Flávio o mais jovem se viu “obrigado” a entrar neste mundo aos 15 anos para sustentar o vicio. “Antes do mundo do sexo, veio o das drogas, neste período perdi minha família, me vi diante da escolha entre as drogas e a minha casa. Então optei pelo pior”.
Há esta altura eu e o garoto de programa já tínhamos caminhado um bocado e nos sentamos um banco para ele prosseguir com seus relatos.

A situação de Flávio se agravou depois que viciado quimicamente e sem dinheiro para sustentar o vicio se viu obrigado a manter relações sexuais por grana, relações que fazia com homens ou com mulheres o que importava era o cachê no final do ato. “Nunca importei se fazia sexo com homens ou mulheres, eu estava afim mesmo era do dinheiro pra comprar droga, não podia ficar sem”. Assegura. O caso dele me chamou atenção perguntei de onde ele era, já que tinha três meses que estava aqui na cidade.
Ele morava em Santarém no estado do Pará, lugar onde tinha nascido e sido criado até os 24 anos de idade, ele me falou que sente falta dos pais, principalmente da mãe que é lavadeira de roupas e dos irmãos que segundo ele todos são “direitos”. Ao procurar sobre o valor que ele cobrava de seus clientes, ele sorriu e perguntou se havia algum interesse de minha parte, eu logo disse que seria apenas para dados jornalísticos pois não tinha o menor interesse. Ele me contou que dependia muito. Dependia de que? Ele falou que dependia se era com mulher ou com homem, e se demoraria, pois o valor cobrado era para ser algo rápido custando cerca de 50 reais o básico, segundo ele.
Perguntei:
__Flávio você saiu do Pará, só para se prostituir aqui, Ou veio para outra ocupação?
Não. Vim para conseguir um trabalho melhor, mas Tenho apenas o ensino fundamental, não terminei nem a oitava serie. Não tenho experiência em nada só em sexo. E como não tenho nada para fazer, ganho a vida me prostituindo”.
Notei que Flávio é uma pessoa jovem, que apensar do pouco estudo é bem inteligente, pele morena clara estatura mediana e semblante de sarcasmo, porém o que mais me chamou a atenção foi um colar com duas medalhas da santa Nossa Senhora Aparecida.
Perguntei:
__Você carrega consigo a imagem de uma santa? Praticante de alguma religião?
Ele me respondeu:
Já fui evangélico, minha família toda é evangélica, eu sigo os costumes dos meus avós, sou católico, mas dificilmente vou na missa” sem terminar direito de responder lhe fiz outra pergunta:
__E você acredita em Deus, ou/e nesta santa? Ele foi direto. “Sim por isso que não largo ela, acho que um dia vou sair disso, e vou agradecer a eles”.

Naquele momento, não se ouviu mais nada, pairou sobre nós um silêncio que ficou por um instante, apenas observei que seus olhos estavam vermelhos, talvez pelo sono, mas acho mesmo que era vontade de chorar. Eu não precisei conter as lagrimas porque não me emociono facilmente, não que eu seja tão frio, apenas não demonstro sensibilidade perto das pessoas, ainda mais de um entrevistado (rs). Ele não sabia que era uma entrevista eu tentei ser o mais natural possível e mesmo depois que contei que não tinha interesse algum no “trabalho” dele, ele agiu naturalmente me contanto um pouco de sua história. Aqui nestas linhas eu exponho apenas parte do que ouvi naquela madrugada, por que para narrar tudo, talvez escreveria um livro. Mas se bem que Eu deveria né? Afinal a Bruna Surfistinha nasceu assim (rsrs).
Uma prostituta como todas as outras, a única diferença é que ficou rica, e as outras? bom as outras continuam“ganhando a vida” por aí.

Obs: hoje ele diz que, “só” se prostitui, e não está mais no mundo das drogas. Se bem que este mundo também pode ser considerado uma DROGA né?

quarta-feira, 18 de março de 2009

Crônica


Em quanto abastecia













Por: Marcos Moreira

Oi amigo desculpa te incomodar, boa noite! Com estas simples palavras pode se começar um diálogo? Sim, pois outro dia um fato semelhante aconteceu comigo. Quando me recordo vem até um certo peso na consciência, que logo passa ao pensar que talvez tenha feito o que julguei ser o correto.
Dias atrás ao chegar em um desses postos de abastecimento me deparei com algo do gênero, observei um tipo comum de ser ver na cidade, não só na minha, mas em diversas cidades espalhadas pelo Brasil e o mundo a fora.
Um sujeito maltrapilho, aparentando seus vinte e poucos anos, trajando uma camisa larga com uma bermuda na canela, que veio em direção ao meu veiculo que havia encostado naquele instante para abastecer, e ao chegar exclamou:
__ Oi amigo desculpa te incomodar, boa noite! (bom até aí tudo bem, porque me incomodaria por alguém me chamar de amigo, mesmo eu não sendo e ainda me cumprimentar dizendo boa noite?).
Retruquei educadamente:
__ tudo bem e você? (ele respondeu que sim, porém era visível que a situação deste não era das melhores)
Então ele prosseguiu seu discurso:
__ é que eu sou morador de rua e estou pedindo uma ajuda, e se você puder me ajudar com uma moeda, 50 centavos! (especificou o valor, talvez por medo de ganhar menos)
Terminando de pedir lhe dirigi a palavra com uma mentira:
__ Ô meu amigo to sem nada hoje, hoje estou quebrado, ficar pra uma próxima. (quebrado? Como assim quebrado? Claro financeiramente, porém não a ponto de não ter 50 centavos).
Após o banho de água fria que ganhou de mim, ele se distanciou e voltou ao seu canto onde estava antes de eu chegar, esperando novos “amigos” para quem sabe lhe ajudar com alguma moeda.
Assim que terminei de abastecer, me deparei com ele me olhando tristonho vendo eu receber do frentista o troco do dinheiro que paguei. Neste momento reparei que realmente eu tinha pouco dinheiro, mas o pouco pra mim seria muito até demais pra ele naquela situação precária.
Com o peso na consciência também tentei me escapar da culpa pensado que, talvez seu eu tivesse lhe ajudado poderia estar contribuindo para que ele continuasse levando aquela vida miserável, por que de qualquer forma 50 centavos não mudaria aquele individuo e nem o tiraria das ruas. Contudo deu para perceber com o simples fato, o quanto existem muitos que não sabem nem o valor de uma moeda de cinqüenta centavos. Cuidado preocupe-se com o que tem, o que para você pode ser pouco, para outras pessoas pode ser uma fortuna.
Talvez o importante nem era eu ter ajudado ele, mas com certeza foi eu descobrir tudo isso. Fui embora e ele continuou a abordar as pessoas que por ali passavam, sempre utilizando seu bordão, em quanto outras pessoas abasteciam.
__Oi amigo desculpa te incomodar, boa noite!
Decepcionado por não ganhar de um, mas determinado em conseguir de outros.


M.M