sábado, 11 de abril de 2009

Reflexão

Quando o Sonho vira pesadelo













Por: Marcos Moreira


O Que te faz pensar quando você lê o termo “Sonho”? A primeira impressão é dos sonhos que temos ao dormir, ou dos deliciosos sonhos de padaria recheados de doce enfarinhados com açúcar de confeiteiro? Mas ao escrever sobre sonhos não estou querendo discorrer de nenhum destes dois, mas sim dos Sonhos que são projetos, metas que alguns colocam na cabeça até que se concretizem.
O que nos faz sonhar que um dia viveremos melhores e em situações mais cômodas, se a cada dia que passa o mundo peregrina para um abismo sem fim e sem volta? (Pessimista eu? Nem um pouco, rs) Talvez seja o otimismo, afinal em dia como estes que estamos vivemos é complexo habitar sem esta perspectiva de um futuro mais aprazível.
Eu tenho múltiplos sonhos em mente, sonhos profissionais, financeiros, amorosos dentre outros que não encaixa nestas áreas (rs) aposto que você que está lendo isso também tem muitos sonhos talvez até mais do que eu, talvez você sonhe com o homem de sua vida, ou com o carro dos sonhos, ou aquela mansão, ou mesmo que seja algo menor como ser promovido no emprego, conquistar a tão cobiçada moça, etc etc etc. Os sonhos para existirem independem de raça, religião, classe social, caráter dentre outras colocações que especificam os seres humanos, o que é fato é que todos buscam ou almejam por algo.
Quando crianças sonhamos em nos tornar marmanjos para poder fazer coisas de adultos, e quando chegamos a esta idade percebemos que passamos pela melhor fase da vida e nem aproveitamos tanto, quando crianças os sonhos nesta época são mas fáceis de serem conquistados; o Sonho da primeira bicicleta, do primeiro dente, do desejado videogame, sonhos que as vezes dependem apenas dos nossos pais para serem realizados, quando tudo isso passa a realidade passa a ser outra, e compreendemos que ao tornamos adultos os nossos sonhos dependem exclusivamente de nós mesmos para que eles se realizem.
Os sonhos também não têm fim, assim que realizamos um, logo após já queremos algo melhor, ou seja, já confeccionamos outro sonho, que a assim que se realizar será substituído por outro e assim consecutivamente. Mas será que os sonhos na acarretam uma certa ilusão para nossa vida? Será que eles apenas não nos iludem? Porque quando sonhamos por algo “impossível” somos obrigados a padecer por algo que jamais irá acontecer, embora quem disse que não podemos sonhar com o impossível, ou extravagante demais? Talvez precisássemos de um manual sobre a vida ao chegarmos ao mundo e que tivesse neste um guia do que se pode ou não sonhar, para que não cometamos o deslize de passar a vida toda à procura de algo que jamais será realidade.


No entanto como dizem, sonhar não paga imposto (talvez a única coisa aqui no Brasil né? rs). Então vamos sonhar e pelejar para conseguirmos realizar estes tão sonhados sonhos ou ao menos nós aproximar deles.





M.M

sexta-feira, 3 de abril de 2009


Reportagem




HOMOSSEXUAIS X ADOÇÃO

PRECONCEITO, DISCRIMINAÇÃO DEMORA E MEDO. ESSES SÃO ALGUNS DOS CAMINHOS QUE PODEM PASSAR OS HOMOSSEXUAIS QUE PRETENDEM TENTAR A ADOÇÃO. EM GOIÂNIA, O CASAL DE PROFESSORES RAFAEL E CRISTIANO CONSEGUIRAM HÁ UM ANO, A PRÉ ADOÇAO DO PEQUENO APARECIDO, DE SEIS ANOS. SEGUNDO O IBGE CERCA DE 200 MIL CRIANÇAS ESTÃO SEM FAMÍLIAS, NA LISTA PARA SEREM ADOTADAS.

Por: Marcos Moreira


Se para muitos ser diferente é ser normal, para outros não é bem assim, as diferenças podem ser algo tão simples porém muito complicado, quem nos mostra isso é o conceito que as pessoas têm de indivíduos que não correspondem aos respectivos padrões pré estabelecidos pela sociedade. O preconceito.

O Estatuto da Criança e do Adolescente, (ECA) não faz qualquer referência contrária a adoção por casal homossexual, e estabelece que o mais importante seja o bem estar da criança. Ele define que a criança deve ser protegida com direito a educação, vida social e afeto. Para muitos o fato de uma criança ser adotada por homossexuais é um ato de desrespeito a criança, por que a mesma não poderia ser criada por duas figuras iguais.
Para o psicólogo Marcellos Couto de Mello, a imagem de pai e mãe são muito importantes para o crescimento saudável de uma pessoa, porém ele não descarta a possibilidade de que casais do mesmo sexo podem criar tão bem seu filhos, mesmo que adotados.
Segundo Couto que também é homossexual o modelo familiar mudou muito de alguns anos para a atual realidade. “Hoje família não é aquilo de pai, mãe, e filhos, atualmente o que se observa são pai e filhos, mãe e filhos, dois pais ou duas mães” avalia ele que também pretende adotar uma criança futuramente.
As dificuldades que Marcellos vai encontrar pela frente já são reconhecidas por ele, e diz que pelo motivo de sua sexualidade não poderia ter um filho biológico porque a criança acabaria ficando com a mãe. Acompanhar o crescimento, ajudar crianças que não possuem famílias, são alguns dos motivos que levaram o psicólogo a possível adoção. Para ele o fato de adotar não influenciaria a criança a rejeitá-lo no futuro, por que a mesma teria todo acompanhamento psicológico para que entendesse a situação. “Possibilidade de gerar traumas aconteceria também em crianças criadas por casais heterossexuais” diz o profissional.
Fatores culturais, sociais e religiosos são ainda paradigmas regidos pela sociedade. Para o Padre Nelson costa, da Catedral de Goiânia o ato de homossexualismo já se trata de uma prática errada, e afirma que a adoção seria algo mais pecaminoso ainda. “Prefiro não comentar, mas eu não concordo, de jeito nenhum” ressalta o religioso.
A jornalista Neila Santos pontua, que o mais importante não seria avaliar a questão se uma criança ser ou não criada por dois pais ou duas mães, e sim o fato de que elas precisam de uma família. “Com o número alarmante de crianças sem famílias, o melhor seria se essas fossem bem criadas e recebessem de seus pais, ou mães carinho e afeto” analisa Neila. Dados do IBGE mostram que cerca de 200 mil crianças e adolescentes não têm família, e estão na lista para adoção.
Para a assistente social do DEFAI (Departamento de fiscalização aos abrigos) Sandra Sousa, a adoção homossexual ainda é algo que não acontece, segundo ela o que ocorre nos abrigos são apadrinhamentos que possuem três tipos.
O primeiro é o apadrinhamento Afetivo, que acontece com o acompanhamento dos padrinhos nos finais de semana pela criança, O segundo trata-se de um apadrinhamento Prestador de Serviços que além de fazer visitas faz serviços voluntários nos abrigos. O ultimo é aquele que custeia os gastos das crianças, ajudando-os em alimentação, roupas e outros, este caracterizado como o Provedor.
A advogada Maria Helena que atua na AGLT (associação de gays lésbicas e transgêneros) Prestando apoio a toda classe homossexual, em questões médicas, psicológicas e jurídicas, acentua que não existe adoção em Goiânia, o que existe é a guarda de responsabilidade da criança, e já a adoção deveria constar no registro dela os respectivos nomes dos pais, sem proferir quem é pai e mãe.
Para ela além do preconceito da justiça e da própria sociedade outro fator que impede é a homofobia, porque se o casal provar que vive uma união estável, idônea, e tem capacidades para manter a criança eles poderiam adotar normalmente. “Para lei não existe diferença, na adoção, não pesa a questão da opção sexual, entretanto a realidade não é bem assim e a diferença é nítida”.
Um dos pontos que mais se questiona é sobre a influência que pais ou mães homossexuais podem dar a seu filhos, de acordo com o psicólogo Marcellos Couto, isso não é motivo para rejeição a adoção, pois casais heteros tem filhos homos, e não se trata de ter uma figura para determinar a opção sexual, pois ela acontece aos poucos variando do tempo e da pessoa.
Segundo ele os sofrimentos são inevitáveis e as crianças vão passar por isso, até mesmo porque a discriminação acontece não só com crianças que venham ter famílias homossexuais, mas também com crianças negras, deficientes, obesas e etc. contudo diz que se bem trabalhado, dialogado, acompanhando a criança, suprindo a carência com afeto e apoio psicológico, vai amenizar o sofrimento dela.
“É preferível que uma criança venha ser discriminada por ter um pai ou uma mãe homossexual do que passar a vida toda em um orfanato,” Marcellos Couto.
Adoção pré concedida em Goiânia

O casal de professores, Cristiano Françoso e Rafael Andrade, tiveram parte da adoção conseguida na justiça. Rafael conheceu Cristiano no Brasil e ambos foram para Chicago EUA cidade de origem de Cristiano, onde se mantiveram por algum tempo, retornando ao Brasil encontraram o menor A.C.P, hospedado na casa dos familiares de Rafael. O menor veio de uma família humildade de sete irmãos, morava com a família até então em condições precárias, sua mãe com problemas mentais e seu pai com a idade já avançada não garantiam seu futuro. Movido pela compaixão e pelo pedido do pai do garoto, o casal resolveu pegar a criança para criar, mas Rafael deixou claro que deveria ser de papel passado para não surgirem problemas, foram ao conselho tutelar onde o pai do menino passou a guarda de responsabilidade para Rafael.
Segundo o casal o que moveram eles a responsabilidade de criá-lo foi o ato de ajudar ao próximo, pois até então não havia despertado o desejo em ambos de serem pais. Para eles o preconceito não é barreira que não possa ser quebrada, e o remédio para tal ato de desrespeito é simples



Amor, o amor transpõe qualquer discriminação ou preconceito” Rafael Andrade


A fase de adoção não é simples por isso o casal está registrando o menor apenas no nome de um, e também pelo fato de que o outro não é brasileiro o que seria mais complicado. De acordo com o casal há um atraso na cultura Brasileira e se fosse em Chicago EUA, os casos não seriam tão difíceis. “Não tem lugar mais burocrático do que no Brasil”. Cristiano.
Rafael concluiu o segundo ano do ensino médio e fez um curso de inglês fora, hoje dá aulas particulares, Cristiano é professor de inglês formado em música, com mestrado em teologia, para os dois a questão do preconceito será bem enfrentada pelo garoto se for bem direcionado por eles “ A gente quer que ele tenha uma personalidade forte, e tente se defender. Mostramos para ele que o mais importante é o amor acima de tudo e que não importa o sexo da pessoa” Rafael.
Eles não escondem do menino o fato da sexualidade até porque a criança presencia cenas e manifestações de carinhos dos dois, e afirmam que não se sentiriam culpados se ele viesse a ser homossexual, para eles a questão da sexualidade é algo intrínseco da natureza de cada individuo e não uma influência.
Os professores mostram que vivem uma vida normal, sem preconceito ou discriminação
As pessoas não percebem que somos uma família” Rafael
. E revelam que no Brasil a mídia tem uma visão supérflua dos gays, e quando esta não faz piadas debocham da classe homossexual. Eles dizem que o motivo de não ter tanta adoção homossexual no Brasil não é devido apenas do preconceito mas também dos próprios homossexuais. “Os gays do Brasil não são ativistas, eles moram com os pais até os cinqüenta anos. Nunca irá acabar o preconceito se não irmos à luta”. Fala o professor Rafael.
A família pretende ir embora do país, mas só se puderem levar o pequeno junto, eles afirmam que não ficariam sem ele, e que mesmo se a justiça negar o processo eles vão criar a criança normalmente, o carinho e o afeto adquirido pelo garoto aos pais é recebido com a mesma intensidade por ambos, e que a falta da mãe não é motivo para não criarem bem o menino.
M.M